terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ex-bispo acusa igreja de lhe tirar três emissoras de rádio




O ex-bispo da Igreja Universal Jorge Coelho da Cunha entrou com ações judiciais na Bahia e em Pernambuco para reaver três emissoras de rádio que, segundo afirma, teriam sido tiradas dele pela Igreja Universal do Reino de Deus com o uso de procuração falsa. Antes de romper com a Universal, em 2002, ele foi bispo por dez anos, e responsável pela região Nordeste.
A denúncia é do jornal A Folha de São Paulo.
Ele afirma na Justiça que demorou a reivindicar a retomada das rádios porque teria sofrido perseguição religiosa. Disse que, após o rompimento, viu-se forçado a deixar o país, e morou por cinco anos nos Estados Unidos.
O ex-bispo diz que nunca assinou documento autorizando a venda de suas cotas. As transferências foram registradas nas juntas comerciais da Bahia e de Pernambuco, por procuração.
O advogado Marcelo de Lima Brasil, que presta serviços à igreja, assinou a documentação nas juntas comerciais como procurador do ex-bispo e da ex-mulher dele.
As ações são contra as emissoras e bispos que sucederam Jorge da Cunha. O bispo Edir Macedo, líder da Universal, não é réu.
O advogado Marcelo de Lima Brasil, que representa a Universal, disse que não se lembrava dos processos e nem sabe se eles “existiram”. Afirmou ainda que, caso tenha sido “alguma coisa de cliente”, “existe o sigilo” e a “ética profissional” que o impedem de falar.
Lima Brasil assinou as documentações nas juntas comerciais como procurador de Jorge da Cunha.
A Igreja Universal foi procurada pela reportagem desde abril. A advogada Simone Galhardo, que respondia interinamente pela diretoria jurídica, disse que a igreja não é parte no processo. Em outras tentativas, não houve retorno.
Este é o terceiro conflito judicial sobre a propriedade de empresas de radiodifusão envolvendo ex-bispos da Igreja Universal. Em 2007, a Justiça do Rio condenou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) a pagar R$ 1,5 milhão ao ex-bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, referente a ações da TV Cabrália, de Itabuna (BA), depois de uma sociedade desfeita.
Em Santa Catarina, o ex-bispo Marcelo Nascente Pires tenta anular a transferência de ações das TVs Itajaí e Xanxerê. Em outra ação em Curitiba (PR), ele acusa dirigentes da igreja de fraude.

Fonte: Folha

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